terça-feira, 3 de setembro de 2013

Pequenas maldades

Uma vez, viajando de avião, sentei na  poltrona da janela e vim assim meio dormindo, meio acordada e toda vez que eu abria um pouquinho a persiana da janela para iluminar alguma coisa, o rapaz que estava sentado ao meu lado vinha para cima de mim quase encostando o nariz na minha bochecha de tanta curiosidade para ver o que tinha lá fora. Achei uma atitude meio inconveniente, invasiva, ainda mais porque não tinha nada para ver. Eram só nuvens céu... Não estávamos nem decolando nem pousando... Com o amigo que estava no corredor ele começou a conversar. Vi que falava espanhol, tinha cara de ser chileno. E se fosse a primeira vez que ele estivesse viajando de avião? Ver as nuvens do alto tem a sua beleza e talvez o céu brasileiro fosse diferente do céu chileno. Talvez eu também tivesse curiosidade de ver o céu chileno. Sugeri que trocássemos de lugar, o que ele, animado, aceitou prontamente. E até o fim do vôo não desgrudou a cara do vidro. Eu fiquei ali espremida no meio. Mas eu fiquei feliz, fiz uma boa ação.

Bom eu poderia ter feito isso, mas me deu preguiça. Virei pro lado e fingi dormir.

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