A Fani tá no paredão do Big
Brother. Apareceu no intervalo. Ela
apela para que o público a deixe ficar na casa. “Eu sempre fui eu mesma, sempre
fui verdadeira.”
Por sinal é um clichê do Big
Brother. Só perde para “vou votar nele porque eu tenho menos afinidade” e “tem
que votar em alguém...”
Questiono esse argumento não no
Big Brother, porque eu estou cagando se a Fani vai sair ou não, mas porque a
gente usa esse argumento para a gente mesmo, para os outros... E vamos
combinar que é um argumento cheio de falhas. No Big Brother principalmente.
E se ser você mesmo não for o
melhor que você pode fazer?
Quer dizer que se eu for eu mesma
posso fazer tudo que compete a minha personalidade e aí tudo bem porque afinal
de contas a autenticidade está mantida?
É ser muito arrogante ou
ignorante achar que todas as atitudes uma vez fazendo parte do seu temperamento
são legítimas.
“Ah, mas eu sou assim...”
Ame ou deixe? É isso?
Acho que tem coisas que são
próprias de cada um e é lindo que cada um seja de um jeito. Mas tem coisas que
é inteligente que a gente mude sim. Ou
que pelo menos flerte com o diferente. Afinal a gente tá no jogo para evoluir
não é isso?
Se você é cabeça dura, experimente
seguir a opinião contrária a sua e ver no que
vai dar. Se você é desorganizado, experimente guardar na gaveta. Se você fala
tudo o que pensa, sem filtro, experimente se colocar no lugar do outro e ficar
quieto um instante.
Acho que às vezes a gente
superestima o “ser verdadeiro”, “o jeito de ser”. E se eu pensar antes de agir?
Antes de falar? Programar? Vou perder a espontaneidade?
Exemplo besta:
Eu esqueço muito data de aniversário. Hoje em dia tá um pouco melhor por causa do facebook,
mas ainda sim é um problema.
Sempre ligava no dia seguinte. “Parabéns
atrasado!”
Atendia uma amiga um pouco
chateada, mas tudo bem afinal eu sou assim. Esquecida, descompromissada e uma
vez comprovado isso, eu era desculpada de todos os esquecimentos, afinal eu sou
assim. E aí eu deitava e rolava na minha carta branca de qualquer compromisso,
afinal eu sou assim, e não há nada a fazer, me aturem assim!
Mentira! Mudar é chato e dá
trabalho, porque exige atenção e pede atitude, mas eu posso mudar da água pro
vinho e isso ser legítimo e verdadeiro. O comportamento não precisa seguir uma lógica,
ser coerente. Se a gente quiser, todo dia dá para brincar de fazer diferente.
Parece simples, mas anotar os
aniversários foi uma atitude de mudança.
O mais difícil mesmo é saber de
você.
No Big Brother , entra um bocado
de gente dizendo que vira bicho se alguém pisa no seu calo. Chega lá dentro,
vira um cordeirinho.
Cada um pinta a si mesmo como bem entende. E a gente acredita que realmente é do jeito
que a gente pinta.
Nós temos uma visão totalmente deturpada de
nós mesmos e os outros tem uma visão totalmente deturpada da gente.
Não sei quem possui a verdade,
alguém em algum lugar deve possuir...
De repente essa pessoa é a Fani,
vai saber!
Genial, Moniquinha. Concordo plenamente.
ResponderExcluirSensacional!!
ResponderExcluirsegui a recomendação da Amanda e lhe agradeço pelo texto, parabéns.
ResponderExcluir