terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

É o meu jeito...



A Fani tá no paredão do Big Brother.  Apareceu no intervalo. Ela apela para que o público a deixe ficar na casa. “Eu sempre fui eu mesma, sempre fui verdadeira.”
Por sinal é um clichê do Big Brother. Só perde para “vou votar nele porque eu tenho menos afinidade” e “tem que votar em alguém...”
Questiono esse argumento não no Big Brother, porque eu estou cagando se a Fani vai sair ou não, mas porque a gente usa esse argumento para a gente mesmo, para os outros... E vamos combinar que é um argumento cheio de falhas. No Big Brother principalmente.
E se ser você mesmo não for o melhor que você pode fazer?
Quer dizer que se eu for eu mesma posso fazer tudo que compete a minha personalidade e aí tudo bem porque afinal de contas a autenticidade está mantida?
É ser muito arrogante ou ignorante achar que todas as atitudes uma vez fazendo parte do seu temperamento são legítimas.
“Ah, mas eu sou assim...”
Ame ou deixe? É isso?
Acho que tem coisas que são próprias de cada um e é lindo que cada um seja de um jeito. Mas tem coisas que é inteligente que a gente mude sim.  Ou que pelo menos flerte com o diferente. Afinal a gente tá no jogo para evoluir não é isso?
Se você é cabeça dura, experimente seguir a opinião contrária a sua e ver no que vai dar. Se você é desorganizado, experimente guardar na gaveta. Se você fala tudo o que pensa, sem filtro, experimente se colocar no lugar do outro e ficar quieto um instante.  
Acho que às vezes a gente superestima o “ser verdadeiro”, “o jeito de ser”. E se eu pensar antes de agir? Antes de falar? Programar? Vou perder a espontaneidade?
Exemplo besta:
Eu esqueço muito data de aniversário.  Hoje em dia tá um pouco melhor por causa do facebook, mas ainda sim é um problema.
Sempre ligava no dia seguinte. “Parabéns atrasado!”
Atendia uma amiga um pouco chateada, mas tudo bem afinal eu sou assim. Esquecida, descompromissada e uma vez comprovado isso, eu era desculpada de todos os esquecimentos, afinal eu sou assim. E aí eu deitava e rolava na minha carta branca de qualquer compromisso, afinal eu sou assim, e não há nada a fazer, me aturem assim!
Mentira! Mudar é chato e dá trabalho, porque exige atenção e pede atitude, mas eu posso mudar da água pro vinho e isso ser legítimo e verdadeiro.   O comportamento não precisa seguir uma lógica, ser coerente. Se a gente quiser, todo dia dá para brincar de fazer diferente.
Parece simples, mas anotar os aniversários foi uma atitude de mudança.
O mais difícil mesmo é saber de você.
No Big Brother , entra um bocado de gente dizendo que vira bicho se alguém pisa no seu calo. Chega lá dentro, vira um cordeirinho.  Cada um pinta a si mesmo como bem entende.  E a gente acredita que realmente é do jeito que a gente pinta.
 Nós temos uma visão totalmente deturpada de nós mesmos e os outros tem uma visão totalmente deturpada da gente.
Não sei quem possui a verdade, alguém em algum lugar deve possuir...
De repente essa pessoa é a Fani, vai saber!

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