terça-feira, 24 de abril de 2012

Questão de opinião (ou não)

Diálogos. Eu e meu namorado. Ele começa:

- O que que você vai querer?
 - Quer dividir alguma coisa? Escolhe aí!
 - Quer carne, frango, petisco, batata frita?
 - Qualquer coisa, pede aí que eu como!
 - Eu quero bife a parmegiana, pode ser?
 - AI... Bife à parmegiana...Não pode ser outra coisa não?
 - O que, fala aí alguma coisa!
 - Tá, pode ser bife à parmegiana! Eu como...

 .

 - Você acredita em vida após a morte?
 - Não sei, ninguém nunca voltou para contar...
 - Mas você acredita?
 - Não...
 - Não?
 - Não, acho que acabou, acabou...
 - ...
 - Se bem que tem as mensagem dos espíritos, tem os milagres dos santos ... Ah, não sei! Respeito todas as fés.
 - Mas em que que VOCÊ acredita?
 - Hum...Acredito em energia...
 .

Sempre fui meio em cima do muro, não gosto de ficar mal com ninguém, acho sempre que qualquer opinião sem relativizar um pouco vai atingir alguém. Gosto mais de ver o que os outros acham do que ser a primeira a dar minha opinião.
 Isso é um defeito sem dúvida. Só existe e é respeitado quem se posiciona.
 Mas será que eu preciso ter uma opinião formado sobre tudo!? Tem coisas que tenho conhecimento de causa e posso bater no peito, mas outras eu só desconfio. Tenho twitter, escrevo pouquíssimo. No facebook, também não sou a que mais posta pensamentos, até o próprio blog demoro a atualizar.... E na enxurrada de atualizações, de tantas opiniões, às vezes me sinto quieta demais. Ao mesmo tempo em que acho meio chato quem tem uma opinião pronta sobre tudo...
 É como se eu esperasse um amadurecimento de vivência que me trouxesse de bandeja todas as certezas e argumentos que me pedem.
 Mas se a vida é um eterno aprendizado, já dizia Narcisa, quando vou ter as certezas de que preciso para mostrar o que penso? Na vida eterna? E se ela não vier?
 Por isso, ultimamente tenho me forçado a dar mais a minha opinião, mesmo que seja equivocada, mesmo que eu mude depois, que alguém me convença do contrário, mesmo que ninguém queira saber. Sei lá, exponho aqui a dúvida na falta de uma certeza para dar, afinal são tantas possibilidades que limitar qualquer coisa me parece burrice. Sei dizer o que é físico, emocional, mas o porquê e como, não pergunte.
 Eu simplesmente não sei. Ou sei. Ou...

 - De sobremesa uma torta búlgara!
 - Petit gatô, não?
 - Torta búlgara tem creme de leite, é uma delícia. Você vai amar!

11 comentários:

  1. Mônica, adoro ler o que você escreve. Continua! Já pensou em tentar escrever algo para teatro?

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    1. Oi marcinho! Ja pensei sim e já tentei algumas vezes, mas acho que ainda preciso de um help ou de mais determinação mesmo... to tentando me arriscar nisso sim, mas eh complicadinho o negocio..bjooo!!

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  2. Mônica, seus exemplos (do texto) sugerem que você talvez seja maleável, flexível - e não desprovida de opinião. Acho que precisamos escolher nossas batalhas. Se o prato ou sobremesa não são tão importantes assim, porque bater o pé? Vamos com a escolha do outro. Saber flexibilizar nas coisas menores é uma sabedoria. Mas será que se omite quando o assunto é importante pra você? Se você é reconhecida como flexível pelo seu namorado, ele será muito mais propenso a te ouvir quando você se posiciona de modo firme sobre algum assunto. Sua estratégia de ouvir mais e falar menos é sábia. Mas, realmente, não é a mais adotada pelos jornalistas (e aspirantes a jornalistas) que povoam a internet nos dias de hoje. Fala-se (escreve-se) tanta besteira...
    E quanto à existência de vida após a morte... Quem sabe?

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    1. Oi anônimo! Os exemplos não foram casos isolados, foram situações que lembrei na hora...Flexibilidade é tudo, quem não é quebra. Mas até uma opinião flexível, não deixa de ser uma opinião. Vc tem razão, ouvir mais e falar menos num mundo onde tanta besteira é dita pode ser sábio, também é sábio porém perceber onde ter voz é fundamental e onde não ter é a melhor escolha. Enfim, divagações, divagações. E vida após à morte ninguém sabe realmente...rs. bjaooo!!

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    2. Ai, lendo e sentindo você ao meu lado. Quando pensei que já tinha lido tudo, vejo essa resposta começando com "oi anônimo" e me lasco de rir. mesmo sem saber ou querer, você expressa muito com tão pouco... adoro isso!

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  3. Já que você está se desafiando a dar a sua opinião mais vezes, vou aproveitar e te perguntar o que você achou de Babi Rossi ter raspado a cabeça ao vivo na TV.


    Beijo!


    p.s.: Conheci seu blog através de uma amiga e gostei muito.

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    1. Oi Ana Paula, sem dúvida é um desafio formar uma opinião! Sobre esse assunto até postei no meu facebook sobre. Colo aqui para vc:
      "Já nos acostumamos a dar audiência ao bizarro na tv. Já nos acostumamos a todos os absurdos possíveis, praticamente tudo deixou de chocar. Não sei explicar o impacto que provoca em nós quando alguém raspa a cabeça, nos choca mais que muita coisa. Deve ser alguma coisa ligada ao símbolo que o cabelo tem, nas mulheres principalmente, mas mexe com algum princípio interno nosso. Usar isso para ter audiência em um programa de auditório foi de muito mau gosto. E ver uma mulher se prestar a esse papel seminua foi lamentável..." E aí deu discussão. Me add no face!rs.bjao!

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  4. Esse Marcio Bernardes sabe das coisas...hehe

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  5. Adoro seu blog! Minha amiga me mandou faz meses e eu sempre venho aqui dar uma olhadinha!
    Continue escrevendo! Beijos

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    1. Que maravilha Narcisa! Fico feliz que vc tenha gstado e que sua amiga tenha indicado!continue entrando!bjos!!

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